Digitalização do trabalho e transformações na formação. Que tipo de engenharia de formação? Quais são os desafios da profissionalização?

Enviar um aviso de intenção até 15 de Julio de 2024

'Ao longo do tempo, os avanços tecnológicos e as mudanças econômicas e políticas alteraram a forma como as pessoas trabalham (Perreau & Wittorski, 2023; Labbé & Champy-Remoussenard, 2013). Hoje, por exemplo, as questões da aprendizagem ao longo da vida levam-nos a observar uma transferência progressiva para os indivíduos da gestão dos seus próprios percursos de formação e de emprego. Se a isto juntarmos as inovações ligadas ao desenvolvimento das tecnologias digitais, como a automatização, o teletrabalho, a inteligência artificial e a Internet das coisas, bem como as novas práticas associadas às situações instrumentadas (simulação, realidade virtual ou imersiva, sistemas a distância ou híbridos), temos uma imagem das transformações que regem atualmente tanto o mundo do trabalho como o da formação.

Para enfrentar essas transformações e responder às novas exigências, o campo da formação tem se reinventado, repensando a formação e a engenharia pedagógica de que necessita (Brémaud e Guillaumin, 2010; Ardouin, 2017; Verquin Savarieau e Papadopoulou, 2023). É por isso que são os próprios saberes e práticas das profissões de formação que temos de questionar, debatendo as práticas de engenharia, que são o produto negociado de interações sociais, políticas, técnicas e pedagógicas (Vinck, 2014). Consequentemente, à medida que aumentam as exigências colocadas , a função de formação precisa ser reconhecida como uma profissão constituída, se quisermos considerar profissões bem-sucedidas para as quais é essencial ser formado (Wittorski, 2008). As políticas e os procedimentos de formação associados às funções pelas quais é responsável põem em causa não só os recursos utilizados, mas também um domínio de prática em plena mutação. Será que devemos falar de engenharia no plural e por quê?

O objetivo deste número temático será levar em conta todos os aspectos relacionados com a digitalização do trabalho, que é acompanhada por novas necessidades de formação, mas também a possível reciprocidade, ou seja, como é que a formação permite repensar o trabalho? Propõe-se contribuir para a reflexão sobre estes aspectos, abordando as seguintes questões
1. Como é que as profissões da formação podem estar mais bem preparadas para as mudanças no local de trabalho?
2. Será que a engenharia da formação ou da educação tem o mesmo significado e assume os mesmos desafios em todos os países?
3. Como é que os percursos de formação profissionalizam a prática da engenharia da formação?
4. Como é que os profissionais da formação podem ser reconhecidos, quer como engenheiros, quer como peritos no domínio da formação?
5. Que competências são esperadas do pessoal responsável pelas ações de formação no local de trabalho e no setor da formação?
6. Como é que a investigação influencia a integração das práticas de engenharia no mundo do trabalho e da formação?
7. Perante o desenvolvimento da inteligência artificial na formação, quais são os desafios da adaptação e da transformação das práticas de engenharia da formação?
8. Das engenharias à engenharia de formação, qual é o lugar da criatividade e do desenvolvimento da engenharia em contexto?

 

Referências

Ardouin, T. (2017). Ingénierie de formation. Intégrez les nouveaux modes de formation dans votre pédagogie (éd. 5e). Paris: Dunod.

Armao Méliet, E. (2017). L’évolution des métiers de l’ingénierie pédagogique : quelle adéquation entre les nouveaux besoins et les formations proposées ? Distances et médiations des savoirs, 18. https://journals.openedition.org/dms/1881

Brémaud, L. & Guillaumin, C. (2010). L'archipel de l'ingénierie de la formation. Transformations, recompositions. Rennes: PUR.

Gérard, C. (2011). Ingénierie, complexité et ingenium en éducation. La méthode à l’œuvre de la professionnalisation. Revue Transformations, 5 (juin), 31-46.

Henri, F. (2019). Quel changement à l’ère du numérique ? Quelle ingénierie pédagogique pour y répondre ? Médiations et Médiatisations, 2, 227-235. Récupéré de : https://revue-mediations.teluq.ca/index.php/Distances/article/view/102/48

Hulin, T. (2018). Design pédagogique et renversements des logiques de conception. Les Enjeux de l'information et de la communication, 18(3B), 61-75. https://doi-org.ezproxy.normandie-univ.fr/10.3917/enic.hs7.0061

Labbé, S. & Champy-Remoussenard, P. (2013). Le travail en évolution. Le regard des Sciences de l’Éducation, Les dossiers des sciences de l’éducation, 30, 7-15.

Lavielle-Gutnik, N. et Verquin Savarieau B. (2022). Éditorial. Éducation Permanente, 231, 5-8. https://doi.org/10.3917/edpe.231.0005

Maubant, P. (2019). Introduction. Professionnalisation et ingénierie de formation : entre résonnances et divergences. Phronesis, 8(3), 1-4.

Perreau, T. & Wittorski, R. (2023). Travailler, se former. Se prendre en main et pour quoi faire? Paris: Champ social

Verquin Savarieau, B., Papadopoulou, M. (2023). Des ingénieries à l’ingénium de formation. Éducation Permanente, 234-235, 61-74. https://doi.org/10.3917/edpe.234.0061

Vinck, D. (2014). Pratiques d'ingénierie: Les savoirs de l'action. Revue d'anthropologie des connaissances, 8,2, 225-243. https://doi-org.ezproxy.normandie-univ.fr/10.3917/rac.023.0225

Wittorski, R. (2008). La professionnalisation. Savoirs, 17, 9-36. https://doi.org/10.3917/savo.017.0009

 

Calendário

  • Notificação de intenção: até 15 de Julio de 2024
  • Apresentação de propostas: até 26 de Agosto de 2024
  • Feedback: 18 de Novembro de 2024
  • Entrega do trabalho revisado: 16 de Dezembro de 2024
  • Publicação:Abril de 2025

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  • Título;
  • Tipo de contribuição prevista (artigo de pesquisa, artigo prático, artigo de estudante, artigo de debate, etc.);
  • Resumo de meia página.

Coordenação da edição especial:
Béatrice Verquin Savarieau, Université de Rouen (beatrice.savarieau@univ-rouen.fr)
Melpomeni Papadopoulou, Université de Tours (melpomeni.papadopoulou@univ-tours.fr)

Editor-chefe: Cathia Papi, revue-mediations@teluq.uquebec.ca

As submissões são feitas no site da revista.

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